A proposta 3 tinha como tema central a infografia.
"Infographic thinking" doesn’t let designers to interpret a
narrative visually; it lets them invite the viewer [to] join in the process
of interpretation, too. It’s what makes infographic
design a language, not a formula or a fad."
Para este projeto tivemos de ecolher uma notícia e fazer a apresentação visual dos dados nela contidos.
Escolhi como tema o naufrágio do ferry Sul Coreano, "Sewol", no dia 16 de abril. Contudo, em vez de escolher uma única notícia, selecionei um período de tempo, durante o qual analisei os progressos noticiados no número de mortos, resgatados e desaparecidos.
O dados jornalísticos, ou seja, os números anúnciados nas notícias, assim como as fontes às quais me referi, encontram-se disponíveis num post separado, publicado no dia 8 de maio.
Trabalhei com os dados compreendidos entre o dia 16 e 25 de abril e com um número total de naufragados igual a 477 (100%).
Em seguida, realizeis simples contas dos "3 simples" para obter a percentagem de mortos, desaparecidos e resgatados por cada dia. Esses resultados encontram-se igualmente no post acima referido, assim como o arredondamento à unidade de cada resultado obtido. Optei por trabalhar com números sem casas decimais por duas razões:
- os dados são mais fáceis de trabalhar quando arredondados;
- o objetivo desta infografia era tornar perceptível o progresso dos dados e não o seu valor exacto.
Depois de recolher e trabalhar matemáticamente os dados, recolhi as imagens que queria utilizar:
Mapa da Coreia do Sul
Detalhe da ilha de destino: Jeju Island
Ícon
Comecei por editar o mapa em photoshop, utilizando a "burn tool" e "saturation sponge" para dar realce à costa. Inicialmente, o meu objetivo era utilizar o recorte da própria costa como a "line" da timeline que queria construir.
Mas utilizar este método levaria a que a costa indicasse logalização/espaço, e não tempo como pretendia.
Assim, desenvolvi uma time line separada, que acompanharia o mapa.
Nesse mapa, indiquei o ponto de partida do ferry - círculo verde -, a tragetória que este chegou a percorrer (seta preta, não trcejada), o local do acidente (a poucos quilómetros do ponto de chegada) - cruz vermelha -, o percurso que o barco não chegou a percorrer - a tracejado - e o local de destino, de novo com um círculo verde.
Uma vez que a ilha de Jeju é pequena, quando comparando ao resto do país, ampliei-a. A linha de costa vermelha equivale à zona afetada pelo naufrágio e a ser explorada pela marinha Sul coreana, em busca de sobriviventes e corpos.
Adicionei ainda junto à "x" que indica o local do acidente o número total de naufragados: 477. Este serve para indicar que cada ícon corresponde ao 100%, às 477 pessoas que iam a bordo quando o ferry naufragou.
Para criar os ícones comecei por criar gráficos em excel (um gráfico por dia) :
Escolhi o seguinte esquema cromático:
- Desaparecidos: verde, pois por norma associamos verde à esperança;
- Mortos: preto, cor fúnebre na cultura portuguesa;
- Desaparecidos: laranja, que representa o estado de alerta ou perigo.
Depois de realizar todos os gráficos utilizeis escalas em photoshop para desenvolver cada um dos ícons, individualmente. Cada ''indivíduo'', ou seja, cada 100% deveria conter a percentagem de mortos, a percentagem de desaparecidos e a percentagem de resgatados.

16 de abril
17 de abril
18 de abril
19 de abril
20 de abril
21 de abril
22 de abril
23 de abril
24 de abril
25 de abril
Verifica-se então que a partir de dia 20 de abril o número de resgatados estabilizou e que o número de mortos aumentou, o que causa consequentemente uma diminuição do número de desaparecidos.
Depois de feitos os ícones, passei à elaboração da Time line. Como tipo de letra para os dias utilizei Myriad e por motivos de espaço, as datas alternam entre a esquerda e a direia da linha.
Legendar a figura era indispensável à sua compreensão. Esse foi o passo que se seguiu. Foi também a etapa com que tive mais dificuldades:
- Nunca antes havia feito uma legenda infográfica, por isso não sabia que tipo de linguagem utilizar;
- Era necessário resumir ao máximo os dados, mas ainda assim transmitir a informação;
- A legenda não podia ser muito grande, mas o texto tinha de ser legível;
- entre outras
Contudo, a parte mais complicada foi a disposição espacial da legenda face aos restantes elementos. Foram inúmeras as tentativas. Apresento aqui alguns momentos da realização da legenda:
Após algumas horas de trabalho no dia 19 e de finalmente achar que havia encontrado posição das legendas mais adequada, juntei a informação jornalística, que não poderia ser esquecida, uma vez que se trata de uma infografia jornalística.
Por recomendação da professora, optei por reduzir um pouco ao texto, deixando apenas informação absolutamente necessária e ligada ao tema.
No título, utilizei o tipo de letra Elephant, no lead Franklin Gothic Medium e no corpo de texto Franklin Gothic Medium Cond.
Uma vez que o que estava em destaque era a Jeju Island, tanto por ser o destino do ferry, como também porque o acidente aconteceu a poucos quilómetros da costa, recorri à técnica de comunicação visual escala para destacar a ilha. Estas alterações foram feitas no dia 22 de abril e o trabalho estava quase pronto para ser entregue. Contudo, tive alguma dificuldade em arranjar uma imagem da ilha com suficiente qualidade para ampliar, sem que desfocasse demais.
Em seguida, digitalizei e editei uma página da revista Visão. Esta serviria com um possível contexto jornalístico em que poderia inserir a minha infografia.
Após a edição, este foi o resultado final da página:
Por último, passei a infografia, toda ela desenvolvida em Illustrator, para a página acima e adaptei-a ao espaço:
Assim concluí a elaboração do trabalho.
Conclusão
Percepcionar a informação recorrendo a imagens e símbolos visuais facilita muito a sua compreensão. Torna os dados mais apelativos e compreensíveis. é uma excelente forma de despetar a atenção da opinião pública para um determinado tema.
Contudo, é um processo demorado, que precisa de "casar" a estética com a objetividade informativa. Requer uma pesquiza exaustiva, uma análise e avaliação cuidada dos dados, um planeamento organizado, um desenho rigoroso e uma adequação ao contexto de publicação.
Referências:
- Tufte, Edward R.; "Envisioning information", 2006, in http://e-x-a.org/stuff/books/other/tufte,%20edward%20-%20envisioning%20information.pdf
Inês Teixeira, Turma 5