Memória Descritiva
“Graphic design is typography,
derives from typography, and can't exist without typography.”(George Everet)
Com
o objetivo de desenvolver a segunda proposta de trabalho, relativa ao tema da
Tipografia, eu e a minha colega de grupo, Beatriz Dias, seguimos os passos que,
de seguida, enunciamos.
O
primeiro momento do trabalho diz respeito à escolha de uma notícia que serviria
de base ao desenvolvimento do mesmo. Apesar da indecisão inicial entre duas notícias, uma relacionada
com a arte de Van Gogh (http://www.publico.pt/cultura/noticia/o-dialogo-de-dois-genios-desesperados-van-gogh-e-antonin-artaud-1627835)
e outra respetiva à aventura de fazer um Gap Year (http://www.dn.pt/inicio/opiniao/jornalismocidadao.aspx?content_id=3765769), a nossa escolha acabou por recair
sobre esta última.
A justificação da nossa opção está
presente no maior potencial visual da notícia, uma vez que esta oferece a
possibilidade de jogar com as palavras, adequando-as ao sentido do texto.
Deste
modo, começamos o nosso projeto com a ideia inicial de construírmos de raíz uma
mala de viagem antiga, onde o texto se pudesse dividir entre selos, fotografias
e cromos. De acresentar que a fonte base é a Book Antiqua, cujo tamaho varia
consoante o sentido e importância que queremos atribuir ao texto. Optamos por este
tipo de letra, pois é de fácil leitura – família tipográfica egípcia,
possivelmente.
De anotar apenas que, antes de começarmos a preparar o projeto, aprendemos, em
duas aulas teóricas, vários exemplos de Tipografia, concluindo que esta é
determinante para a concretização de um determinado sentido. Isto é, e a título
de exemplo, a tipografia da revista ELLE remete imediatamente o leitor para a
imagem da mulher, que se pretende elegante e dona de uma silhueta esbelta –
objetivo este cumprido com o formato da letra “L”.
O nosso projeto tipográfico, como já
referi, é baseada numa notícia sobre Gap Years, ano no qual se faz uma “pausa”
na vida quotidiana, e, por isso, para nós teve todo o sentido que a disposição
dada ao texto do artigo formasse uma mala de viagem, cuja pega apresenta o
título “Vou só conhecer o mundo e volto já”, também ele a Book Antiqua. A
expressão “volto já” está em estilo itálico, para transmitir a sensação de
movimento.
O nosso discurso visual é composto,
do lado superior direito, por um selo antigo, onde se destaca a primeira frase
da notícia “Entrada na faculdade”, escrita com Lucida Calligraphy, estilo
Itálico. Seguindo a notícia, entramos nas questões sobre o que fazer no futuro.
Optamos por nos focar nessa mesma palavra. De notar que a palavra “Futuro” se
encontra a um estilo de letra diferente, Impact, de modo a dar a ideia de
vanguardismo. Segue-se, um ponto de interregoção, que contém a frase “Decisão
fácil”, sendo que a resposta “Nem por isso” é dada como parte integrante e
inferior do mesmo sinal gráfico.
Seguidamente
encontramos mais uma caixa de texto, onde a frase “caminho mais correto” se
encontra destacada, ao estar inserida dentro de uma seta com direção
propositadamente oposta à expressão central “GAP YEAR” que, se destaca, ao
estar escrita dentro de uma etiqueta, com a fonte Stencil, estilo regular.
Num patamar relativamente paralelo à
parte central do nosso projeto destaca-se o número 1 (transformado em
objeto: Type à
Create Outline) enfatizando a questão “porque
não tirar um ano para conhecer tudo aquilo que nos rodeia?”. Nessa mesma direção,
encontramos 3 fotografias Polaroid, com imagens dos três países onde o gap year
é uma realidade frequente – Inglaterra, representada por um Guarda Real, EUA
ilustrados por um Cowboy e Austrália, caracterizada por um indígena com um bomerange.
Um pouco abaixo, encontramos mais
uma caixa onde texto, onde a palavra “Viagem” se destaca, por um tipo de letra
que imita o manuscrito (MV Boli, estilo regular) conferindo a ideia de
espontaneidade e pela disposição diagonal que apresenta, dando-nos o efeito de
movimento.
As vantagens do Gap Year descritas
na notícia são apresentadas dentro de um boletim de voto e escritas com Courier
New, um tipo de fonte que se assemelha à escrita das máquinas de escrever
antigas (Courrier New). Nesta parte, são-nos transmitindas a sensação de
enumeração e da possibilidade de escolha entre o leque extenso dos motivos que,
eventualmente, nos levam a entrar numa aventura deste género.
A frase “os prós levam a melhor
sobre os contras”, escrita com Elephant, é trabalhada numa forma quase espiral,
conferindo a sensação de superioride dos prós, que, numa balança, pesam mais
que os contras. Daí o tamanho da letra e a sua importância visual serem mais
acentuadas.
Na parte inferior da nossa composição,
encontramos uns vultos, onde o texto está inserido. Este detalhe foi pensado
com o objetivo de realçar que o Gap Year é um caminho pouco natural e
pouco conhecido para os jovens portugueses, sendo que esta decisão ainda choca
muitas maneiras de pensar. As palavras “Pouco” e “Chocar” encontram-se
enfatizadas: a primeira, escrita a Elephant, apresenta um tamanho maior, e a
segunda que, para além de estar escrita a “Impact”, está ainda a branco,
realçando a ideia do choque, do perigo da novidade, da dificuldade em abrir
mentalidades. Esse mesmo perigo que alterar as mentalidades representa é
transmitido por um texto a letras vermelhas, numa massa de indivíduos negra.
A questão feita na notícia “Se realmente pode ser
proveitoso?” foi por nós aproveitada para a própria formação de um ponto de
interrogação, enfatizando a ideia de interrogação e de autoquestionamento. Uma
vez que na notícia é afirmado que sim, que traz benefícios, o ponto do ‘’i’’ na
palavra “sim” é utilizado como o próprio ponto do ponto de interrogação.
A terminar a nossa composição e, dando corpo à ideia de
mala de viagem antiga, apresentamos a última frase da notícia “fica a sugestão”.
Este excerto final está descrito em forma de Visto, sugerindo a ideia de dica,
de aprovação.
Conclusão:
O Prof. Drº Marcos Mendes afirmou
que "A escrita é algo extremamente
importante num projeto gráfico e saber utilizá-la é fundamental", desta forma, o objetivo primordial do nosso
projeto foi dar forma a um discurso visual coerente, servindo-nos de elementos
tipográficos, coesos com a mensagem a ser transmitida.
De salientar que, durante a
realização do nosso projeto, todo ele por nós criado de raíz, defrontámo-nos
com as seguintes dificuldades: Manuseamento do Illustrator e a escolha e
adequação das fontes, o que nos levou a dois encontros de grupo extra aula, de
modo a conseguirmos finalizar o projeto na data prevista.
No comments:
Post a Comment