Monday, 7 April 2014

Proposta 2: Tipografia - Memória descritiva

Memória Descritiva

“Graphic design is typography, derives from typography, and can't exist without typography.”(George Everet)


            Com o objetivo de desenvolver a segunda proposta de trabalho, relativa ao tema da Tipografia, eu e a minha colega de grupo, Beatriz Dias, seguimos os passos que, de seguida, enunciamos.   
O primeiro momento do trabalho diz respeito à escolha de uma notícia que serviria de base ao desenvolvimento do mesmo. Apesar da indecisão inicial entre duas notícias, uma relacionada com a arte de Van Gogh (http://www.publico.pt/cultura/noticia/o-dialogo-de-dois-genios-desesperados-van-gogh-e-antonin-artaud-1627835) e outra respetiva à aventura de fazer um Gap Year (http://www.dn.pt/inicio/opiniao/jornalismocidadao.aspx?content_id=3765769), a nossa escolha acabou por recair sobre esta última.
            A justificação da nossa opção está presente no maior potencial visual da notícia, uma vez que esta oferece a possibilidade de jogar com as palavras, adequando-as ao sentido do texto.
Deste modo, começamos o nosso projeto com a ideia inicial de construírmos de raíz uma mala de viagem antiga, onde o texto se pudesse dividir entre selos, fotografias e cromos. De acresentar que a fonte base é a Book Antiqua, cujo tamaho varia consoante o sentido e importância que queremos atribuir ao texto. Optamos por este tipo de letra, pois é de fácil leitura – família tipográfica egípcia, possivelmente.
            De anotar apenas que, antes de começarmos a preparar o projeto, aprendemos, em duas aulas teóricas, vários exemplos de Tipografia, concluindo que esta é determinante para a concretização de um determinado sentido. Isto é, e a título de exemplo, a tipografia da revista ELLE remete imediatamente o leitor para a imagem da mulher, que se pretende elegante e dona de uma silhueta esbelta – objetivo este cumprido com o formato da letra “L”.
            O nosso projeto tipográfico, como já referi, é baseada numa notícia sobre Gap Years, ano no qual se faz uma “pausa” na vida quotidiana, e, por isso, para nós teve todo o sentido que a disposição dada ao texto do artigo formasse uma mala de viagem, cuja pega apresenta o título “Vou só conhecer o mundo e volto já”, também ele a Book Antiqua. A expressão “volto já” está em estilo itálico, para transmitir a sensação de movimento.
            O nosso discurso visual é composto, do lado superior direito, por um selo antigo, onde se destaca a primeira frase da notícia “Entrada na faculdade”, escrita com Lucida Calligraphy, estilo Itálico. Seguindo a notícia, entramos nas questões sobre o que fazer no futuro. Optamos por nos focar nessa mesma palavra. De notar que a palavra “Futuro” se encontra a um estilo de letra diferente, Impact, de modo a dar a ideia de vanguardismo. Segue-se, um ponto de interregoção, que contém a frase “Decisão fácil”, sendo que a resposta “Nem por isso” é dada como parte integrante e inferior do mesmo sinal gráfico.
Seguidamente encontramos mais uma caixa de texto, onde a frase “caminho mais correto” se encontra destacada, ao estar inserida dentro de uma seta com direção propositadamente oposta à expressão central “GAP YEAR” que, se destaca, ao estar escrita dentro de uma etiqueta, com a fonte Stencil, estilo regular.
            Num patamar relativamente paralelo à parte central do nosso projeto destaca-se o número 1 (transformado em objeto:  Type à Create Outline) enfatizando a questão “porque não tirar um ano para conhecer tudo aquilo que nos rodeia?”. Nessa mesma direção, encontramos 3 fotografias Polaroid, com imagens dos três países onde o gap year é uma realidade frequente – Inglaterra, representada por um Guarda Real, EUA ilustrados por um Cowboy e Austrália, caracterizada por um indígena com um bomerange.
            Um pouco abaixo, encontramos mais uma caixa onde texto, onde a palavra “Viagem” se destaca, por um tipo de letra que imita o manuscrito (MV Boli, estilo regular) conferindo a ideia de espontaneidade e pela disposição diagonal que apresenta, dando-nos o efeito de movimento.
            As vantagens do Gap Year descritas na notícia são apresentadas dentro de um boletim de voto e escritas com Courier New, um tipo de fonte que se assemelha à escrita das máquinas de escrever antigas (Courrier New). Nesta parte, são-nos transmitindas a sensação de enumeração e da possibilidade de escolha entre o leque extenso dos motivos que, eventualmente, nos levam a entrar numa aventura deste género.
            A frase “os prós levam a melhor sobre os contras”, escrita com Elephant, é trabalhada numa forma quase espiral, conferindo a sensação de superioride dos prós, que, numa balança, pesam mais que os contras. Daí o tamanho da letra e a sua importância visual serem mais acentuadas.
            Na parte inferior da nossa composição, encontramos uns vultos, onde o texto está inserido. Este detalhe foi pensado com o objetivo de realçar que o Gap Year é um caminho pouco natural e pouco conhecido para os jovens portugueses, sendo que esta decisão ainda choca muitas maneiras de pensar. As palavras “Pouco” e “Chocar” encontram-se enfatizadas: a primeira, escrita a Elephant, apresenta um tamanho maior, e a segunda que, para além de estar escrita a “Impact”, está ainda a branco, realçando a ideia do choque, do perigo da novidade, da dificuldade em abrir mentalidades. Esse mesmo perigo que alterar as mentalidades representa é transmitido por um texto a letras vermelhas, numa massa de indivíduos negra.
            A questão feita na notícia “Se realmente pode ser proveitoso?” foi por nós aproveitada para a própria formação de um ponto de interrogação, enfatizando a ideia de interrogação e de autoquestionamento. Uma vez que na notícia é afirmado que sim, que traz benefícios, o ponto do ‘’i’’ na palavra “sim” é utilizado como o próprio ponto do ponto de interrogação.
            A terminar a nossa composição e, dando corpo à ideia de mala de viagem antiga, apresentamos a última frase da notícia “fica a sugestão”. Este excerto final está descrito em forma de Visto, sugerindo a ideia de dica, de aprovação.



 Conclusão:
            O Prof. Drº Marcos Mendes afirmou que "A escrita é algo extremamente importante num projeto gráfico e saber utilizá-la é fundamental", desta forma, o objetivo primordial do nosso projeto foi dar forma a um discurso visual coerente, servindo-nos de elementos tipográficos, coesos com a mensagem a ser transmitida.

De salientar que, durante a realização do nosso projeto, todo ele por nós criado de raíz, defrontámo-nos com as seguintes dificuldades: Manuseamento do Illustrator e a escolha e adequação das fontes, o que nos levou a dois encontros de grupo extra aula, de modo a conseguirmos finalizar o projeto na data prevista. 

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